Pessoal,
No jogo de sábado tivemos duas situações que geraram discussões sobre a aplicação da regra.
A primeira começou com uma jogada que acontece pelo menos uma vez por sábado, normalmente protagonizada pelo Carlos, mas outros também tentam, quando, logo após um tiro de início ou reinício de jogo, tentam marcar um gol chutando do meio do campo. Imagino que o objetivo seja o de igualar um feito de Rivelino, conforme matéria publicada no dia 5 de agosto de 1974 (arquivo anexo).
Dessa vez o Carlos colocou a bola no ponto central para reiniciar o jogo após um gol marcado pelo time azul, tomou distância, iniciou a corrida e instantes antes de chegar para o arremate o Claudinho tocou na bola, atrapalhando o que seria um chute direto ao gol. Os envolvidos discutiram e fiquei com a impressão de que o Claudinho alegava que a bola somente poderia ser chutada após um primeiro toque, como ocorre em 99% dos casos.
Contudo, o que o Carlos pretendia fazer é válido.
Conforme dispõe o texto da regra 10, um gol poderá ser marcado diretamente de um tiro de saída. Uma vez chutada para frente, em relação à linha do meio campo, a bola estará em jogo, podendo ser disputada por todos os jogadores, exceto o jogador que tocou a bola pela primeira vez. Caso não seja chutada para frente, o jogo não iniciou ou reiniciou de forma válida, sendo obrigatória a reexecução do chute.
A segunda jogada polêmica envolveu as seguintes circunstâncias. Uma bola foi chutada para frente pelo time cinza, o Kell ou o Claudinho, não lembro exatamente quem, estava em posição de impedimento. Eu era o penúltimo defensor do time azul (o último era o Rodolfo, que estava no gol). Tentei rebater a bola para frente com um chutão e a bola espirrou para trás, sobrando para o atacante que estava em posição de impedimento. O Maurão, árbitro naquele momento, assinalou o impedimento. O Carlos sustentou que o Maurão errou em função do meu toque na bola.
A solução dessa situação depende da interpretação que será dada para o meu toque na bola.
Aqueles que entendem que a bola apenas rebateu em mim, sem que eu tivesse um mínimo de controle sobre ela, por mais que quisesse chutá-la para frente, devem apoiar a decisão do Maurão, pois nesse caso o jogador do time cinza que recebeu a bola estava impedido por ganhar vantagem da posição.
Os que pensam que o meu toque na bola é uma ação deliberada e que fui infeliz na execução, devem apoiar o entendimento do Carlos, uma vez que a partir dessa interpretação a bola teria vindo de um adversário, fato que não configura o impedimento.
Atualmente a FIFA tem orientado os árbitros e assistentes à adotarem a segunda interpretação na maioria dos casos, apenas marcando o impedimento quando tiverem absoluta certeza de que a bola apenas resvalou ou desviou no defensor. Contudo essa é uma orientação recente e até meados do ano passado a orientação era o oposto.
Particularmente, considerando a atual posição da FIFA, entendo que o correto seria o Maurão deixar o jogo seguir, mas respeito a decisão que ele tomou, até porque certamente muitos árbitros e assistentes agiriam da mesma forma.
Um abraço a todos e Feliz Páscoa!
NR.: O Rafael enviou antes da Páscoa, mas por um lapso meu, não publiquei estas muito importantes colocações dele. Minhas escusas a todos e particularmente ao Rafa.
Abaixo, o anexo enviado.
Abaixo, o anexo enviado.
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