Repetindo minha opinião (texto publicado em 2011)
Técnico de futebol tem uma vida profissional longa,
não é como o jogador, que trabalha só até os 30, 35 e, depois disso, nenhum
time quer saber mais dele, com raríssimas exceções. Comparo o atleta à
prostituta: depois dos 30 mal consegue seu sustento. O jogador é que se
arrisca, põe seu corpo, suas pernas para serem quebradas por um adversário
violento, ou, às vezes apenas imprudente. O técnico, reconheçamos: usa sua
experiência, transmite-a aos jogadores e dependendo de muita psicologia, consegue
o resultado desejado do grupo...mas daí a ganhar como atleta...não concordo!
Vejam o Zagalo: 80 anos e ainda trabalhando! Tantos outros técnicos quando
morreram, idosos, ainda exerciam a profissão que, no tempo deles, o faziam mais
por prazer, não tinham essa ganância dos de hoje. Lembram-se? Yustrich, Zezé
Moreira, Lula (do Santos - do time do - Pelé morreu doente, jovem, 50 anos
acho, mas para técnico foi jovem) Aymoré Moreira, mais recentemente o
João Saldanha, o Telê Santana.
Fala sério!!! Jogador tem razão em pedir muito
pelo seu futebol mas, técnico deveria ter um teto salarial, regulamentado...não
sei como.
Pessoalmente entendo que a remuneração de qualquer profissional deve ser proporcional ao tamanho de sua contribuição à instituição que foi contratado para servir. Dentro desse raciocínio, concordo que jogadores diferenciados, decisivos positivamente na conquista de seus times, ganhem mais que seu colegas. Penso que o mesmo raciocínio deve ser empregado para um técnico de futebol. Trata-se de uma posição de liderança, que se não for bem exercida, pode gerar sérios problemas dentro do grupo, comprometendo o resultado em campo. Assim, um técnico que efetivamente apenas coordena os treinos e organiza a equipe tem menos valor do que aquele que além de fazer tudo isso, ainda recupera jogadores em má fase, descobre jovens talentos e insere princípios de gestão dentro do clube que sobreviverão mesmo depois de sua saída. No caso do Corinthians, por exemplo, um Tite talvez valha mais do que a maioria dos jogadores do elenco. No Santos atual a situação já é diferente. Tudo depende das circunstâncias e da forma de trabalho que a diretoria do clube pretende seguir. Penso que no Brasil temos pouquíssimos profissionais que efetivamente mereçam receber os altos salários que ganham. Já na Europa existem técnicos que são o grande diferencial.
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