segunda-feira, 25 de maio de 2015

O que fazemos com os nossos talentos?

Imagino que a maioria dos amigos se divertiram ao ler minhas críticas ao Carlão. Afinal, a popularidade dele dentro do grupo equivale à da Marta Suplicy em São Paulo.

Outros podem pensar que estou exagerando, seja por pensar que ele não joga tudo isso ou entender que o desempenho dele no último jogo não teve tanta relação com o resultado.

De qualquer modo, enquanto escrevia o comentário do jogo, lembrei muito de duas passagens bíblicas e gostaria de compartilhar com os amigos uma reflexão sobre elas.

A primeira é conhecida como a parábola dos talentos, contada por Jesus aos seus discípulos, disposta em Mateus 25:14-30, abaixo transcrita:

"Pois é assim como um homem que, partindo para outro país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual segundo a sua capacidade; e seguiu viagem. O que recebera cinco talentos, foi imediatamente negociar com eles e ganhou outros cinco; do mesmo modo o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que tinha recebido um só, foi-se e fez uma cova no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra no gozo do teu senhor. Chegou também o que recebera dois talentos, e disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito, entra no gozo do teu senhor.Chegou por fim o que havia recebido um só talento, dizendo: Senhor, eu soube que és um homem severo, ceifas onde não semeaste e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder o teu talento na terra; aqui tens o que é teu. Porém o seu senhor respondeu: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e que recolho onde não joeirei? Devias, então, ter entregado o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, teria recebido o que é meu com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos; porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem, ser-lhe-á tirado. Ao servo inútil, porém, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá o choro e o ranger de dentes."

A outra, está na segunda metade do versículo 48, do capítulo 12 de Lucas, diz o seguinte:

"A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.".

Aplicando os ensinamentos dentro do nosso contexto, a minha maior cobrança em relação ao Carlos é que, respeitada opiniões contrárias, ao meu ver, do time da Internazionale no último sábado, ele era o sujeito com maior capacidade técnica e visão de jogo. Em vez de aplicar com empenho esses talentos em prol do time, acabou adotando uma postura que se equivale a do sujeito que o desperdiça o talento recebido por medo e preguiça.

Algo que precisamos ter em mente é que a cobrança deve guardar uma proporcionalidade. Notem que o senhor da parábola distribuí os talentos de modo desigual, mas a expectativa e cobrança segue o mesmo critério. Quando estamos em uma condição de cobrar e, vira e mexe isso acontece, seja na família, trabalho ou mesmo entre amigos, precisamos ter o cuidado de não exigir demais ou de menos, sob pena de sobrecarregar alguns ou subutilizar os recursos de outros.

Contudo, o que realmente quero chamar atenção, é que todos nós temos os nossos talentos e continuamente devemos fazer uma autocrítica de como os estamos utilizando.

Ninguém é igual, cada um tem a sua missão e justamente nessa multiplicidade de diferenças é que nossas relações podem ser frutíferas ou vazias. Tudo depende de quanto nos empenhamos com aquilo que temos e somos.

Voltando para parábola, observem que ainda que tenham se beneficiado por suas ações, o uso dos talentos não teve uma motivação egoísta dos servos, mas a fidelidade em fazer bom uso daquilo que receberam, por gratidão e benefício coletivo.

Assim, pergunto:

O que estamos fazendo com os nossos talentos?

Estamos empregando em benefício daqueles que nos cercam? 

Será que fazemos tudo o que podemos pela nossa família, amigos, trabalho e, até mesmo pelo grupo do futebol de sábado?

Quer ser o mau, preguiçoso e inútil ou bom e fiel?

O momento de prestar contas uma hora chegará.

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